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PRÓLOGO
XIII
 
 

«Nos fins de 1660 chega Schomberg a Portugal, para nos auxiliar nas nossas lutas contra a Espanha. É-lhe passada a patente de mestre do campo general da província do Alentejo, cargo vago pela promoção do conde de Atouguia. Em 1663 Schomberg é elevado a governador das armas do Alentejo: e terminada a campanha, em 1663, recebe o título de conde de Mértola, para êle e seus descendentes, com a respectiva pensão, que foi como que a lembrança com que, em frases extremamente elogiosas, o presenteou na despedida o govêrno português.»

Noël Bouton de Chamilly, ao tempo conde de Saint-Léger, — o herói das Cartas — não viera com o valente e simpático general, como se tem afirmado. Só em 1663 aparece, naturalmente patrocinado por Turene, que activamente apoiava as intenções do cardeal Mazarino a favor da nossa independência, e que já havia indicado o conde de Schomberg.

Beja era o centro dum constante movimento militar, «uma espécie de grande depósito e aquartelamento do exército do Alentejo». Chamilly é nomeado capitão no regimento de cavalaria organizado por Briquemault. Esteve no cérco de Valença de Alcântara e na derrota dos espanhóis em Castelo Rodrigo (1664), na batalha de Montes-Claros e no combate do rio Xevora (1665), na tomada de Benses, Guardia, Paimogo e São Lucar. Também tomou parte, em 1667, na investida do chamado Castelo de Ferreira. Entretanto o nome e a memória de Chamilly — frisa o sr. Luciano Cordeiro, de quem nos valemos ao traçar estas notas — não aparece nos nossos arquivos e cronistas dos sucessos do tempo. É pelos seus «états de