ções, que arremedam animais, e gentes, são peçoni a refinada e as que em tudo o são, são umas que vendem dixes, àguas de rosto, tiram pano, fazem sobrancelhas com linha, alimpam o carão com vidro ; homens de linhas, bofirinheiros, mulheres que pedem para uma certa missa de esmolas, outras para amparar uma órfã,
Tudo isto, Senhor, é uma casta de gente, que ferve ao redor das casas grandes, assim como peixe, que anda à lambugem da pedra. Apartam-se com dificuldade; sofrem-se com perigo. Seu estorvo requer tanta força como indústria; porque cada uma destas criaturas pela maior parte não cuida senão em enganar, levar, roubar, mentir, dar novas, e às vezes (e não poucas) em fazer muito ruins mensagens, e trazer outras, em dano, e descrédito das casas onde se consentem, que não seja a de v. m.
Tinha um homem principal sua filha donzela doenle, guardava-a muito. Havia quem lhe quisesse bem. Escrevia-lhe revolvia-se o papel, e sobre ele se armava um ramalhete. Vinha uma ermitoa, falava ao pai, dava-lhe aquele ramo da parte de tal Santo; Ievava-lho ele mesmo com grande gosto e era o próprio corretor de sua filha, servindo-lhe por sua mão à peconha dissimulada naquele ramalhete. ¿ Quem tal havia de cuidar ? Quanto por éste, bem se podía (e por muitos) dizer o que diz o Romance: El aspid anda en las flores, alerta, alerta, zagales. Tomado daquele adágio latino, que entre as ervas mimosas tatia a aspid peconhento,