eu, para me julgarem capaz de algum emprêgo e cuidado.
Oh! quanto invejo a sorte do Manuel e do Francisco.
¿Porque não estou como êles sempre contigo?
Teria partido em tua companhia, e te serviria seguramente de melhor vontade.
Nada apeteço neste mundo senão ver-te.
Ao menos lembra-te de mim!
Contento-me com a tua lembrança, mas não ouso mesmo averiguar a certeza dela.
Em outro tempo não punha eu êsse têrmo ás minhas esperanças, quando te via todos os dias: mas ensinaste-me bem a necessidade da perfeita submissão a tôdas as tuas vontades.
Não me arrependo, contudo, de haver-te adorado.
Folgo mesmo que me seduzisses.
A tua ausência rigorosa, quiçá eterna, em nada diminue a veemência da minha paixão.
Quero que todos o saibam; não faço mistérios dela, e tenho a maior satisfação de tudo quanto fiz por amor de ti, contra tôdas as regras do decoro.
Não faço consistir a minha honra e devoção mais do que em amar-te perdidamente tôda a minha vida, já que comecei a amar-te.
Não te digo tôdas estas cousas para obrigar-te a escrever-me.
Ah! não te faças violência!
Nada quero de ti que não seja espontâneo e de teu próprio movimento — rejeito tôdas as provas de amor que constrangido me déres.
Comprazer-me-ia em desculpar-te, pela razão que te comprazerias talvez em evitar o trabalho de escre-