— 121 —

«Castelhanos, exclama, o emir vencido
No limiar do vencedor se prostra;
Vem professar a vossa fé e culto
E crer no verbo dos prophetas vossos.

«Espalhe a fama pela terra toda
Que um arabe, que um chefe de valentes,
Irmão dos vencedores quiz tornar-se,
E vassallo ficar de estranho sceptro!»

Cala no animo nobre ao Castelhano
Um acto nobre... O chefe commovido,
Corre a abraçal-o, e á sua vez os outros
Fazem o mesmo ao novo companheiro.

Ás saudações responde o emir valente
Com saudações. Em cordial abraço
Aperta ao seio o commovido chefe,
Toma-lhe as mãos e pende-lhe dos labios.[1]

Subito cahe, sem forças, nos joelhos;
Arranca do turbante, e com mão tremula
O enrola aos pés do chefe admirado,
E junto delle arrasta-se por terra.

  1. Toma-lhe das mãos e pende-lhe dos labios. no original. (Errata, p. 176)