Foi em vão. Como um languido suspiro,
A voz se me calou, e do invio monte
Olhei ainda as linhas do horisonte,
Como se olhasse o ultimo retiro.

Nuvem negra e veloz corria solta
O anjo da tempestade annunciando;
Vi ao longe as alcyones cantando
Doidas correndo á flor da agua revolta.

Desilludido, exhausto, ermo, perdido,
Busquei a triste estancia do abandono,
E esperei, aguardando o ultimo somno,
Volver á terra, de que foi nascido.

— «Ó Cybele fecunda, é no remanso
Do teu seio — que vive a creatura;
Chamem-te outros morada triste e escura,
Chamo-te gloria, chamo-te descanso!»

Assim fallei. E murmurando aos ventos
Uma blasphemia atroz — estreito abraço
Homem e terra uniu, e em longo espaço
Aos ecos repeti meus vãos lamentos.