AS SELVAS.


Um silencio de morte entrou no seio ás selvas.
Já não pisa Diana este sagrado chão;
Nem já vem repousar no leito destas relvas
Aguardando saudosa o amor e Endymião.

Da grande caçadora a um solicito aceno
Já não vem, não acode o grupo jovial;
Nem o éco repele a flauta de Sileno,
Apoz o grande ruido a mudez sepulchral.

Mas Diana apparece. A floresta palpita,
Uma seiva melhor circula mais veloz;
É vida que renasce, é vida que se agita;
Á luz do teu olhar, ao som da tua voz!


O POETA.


Tambem eu, sonhador, que vi correr meus dias
Na solemne mudez da grande solidão,
E soltei, enterrando as minhas utopias,
O ultimo suspiro e a ultima oração;