É que eu puz neste amor, neste ultimo transporte
Tudo o que vivifica a minha juventude:
O culto da verdade e o culto da virtude,
A venia do passado e a ambição do futuro,
O que ha de grande e bello, o que ha de nobre e puro

Deste profundo amor, doce e amada Corinna,
Acorda-te a lembrança um éco de afflicção?
Minh'alma pena e chora á dôr que a desatina:
Sente tu'alma acaso a mesma commoção?

Em vão! Contrario a amor é nullo o esforço humano
É nullo o vasto espaço, é nullo o vasto oceano!

Vou, sequioso espirito,
Cobrando novo alento,
N'aza veloz do vento
Correr de mar em mar;
Posso, fugindo ao carcere,
Que á terra me tem prezo,
Em novo ardor aceso,
Voar, voar, voar!