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Que a douda da esperdiçada
Tão festivas, tão formosas,
Desfolhava pelo chão.
— Pobre criança, se o eras! -
Os carinhos mal gozados
Eram por todos comprados,
Que os affectos de sua alma
Havia-os levado á feira,
Onde vendera sem pena
Até a illusão primeira
Do seu doudo coração!

Pouco autes, a candura,
Co'as brancas azas abertas,
Em um berço de ventura
A criança acalentava
Na santa paz do Senhor;
Para acordal-a era cedo,
E a pobre ainda dormia
Naquelle mudo segredo
Que só abre o seio um dia
Para dar entrada a amor.

Mas, por teu mal, acordaste!
Junto do berço passou-te