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Então, quando nos teus olhos
Uma lagrima buscares,
E seccos, seccos de febre,
Uma só não encontrares
Das que em meio das angustias
São um consolo e uma paz;

Então, quando o frio spectro
Do abandono e da penuria
Vier aos teus soffrimentos
Juntar a ultima injuria:
E que não vires ao lado
Um rosto, um olhar amigo
Daquelles que são agora
Os desvellados comtigo;

Criança, verás o engano
E o erro dos sonhos teus;
E dirás, — então já tarde, -
Que por taes gozos não vale
Deixar os braços de Deus.