O Casino palpitava. Tantan Balty, no seu último número, dissera, com quebros de olhos e perversidades na voz, uma cançoneta extraordinariamente velhaca. A sala, sob a clara luz das lâmpadas elétricas, acendia-se, gania luxúrias. Senhores torciam o bigode com o olhar vítreo, as damas envolviam os braços nas plumas dos boás com um ar mais acariciador. Nós estávamos todos. Na orla dos camarotes, pintados de vermelho, pousavam em atitudes de academia, expondo vestidos de tonalidades vagas e anéis em todos os dedos, as mais encantadoras criaturas da estação. Por trás dos camarotes surgiam panamás, monóculos, faces escanhoadas, bigodes à kaiser, e os garçons passavam de corrida levando garrafas e bandejas. Embaixo, na platéia, velhos freqüentadores tomando bocks, repórteres, caixeiros, moços do comércio