foi para a casa dizer á mulher, e foram ambos vêr o terreno. Chegando lá nas matas, o marido viu uma combuca de ouro, e, como era em terras do compadre rico, o pobre não a quiz levar para a casa, e foi dizer ao outro que em suas mattas havia aquella riqueza. O rico ficou logo todo agitado, e não quiz que o compadre trabalhasse mais nas suas terras. Quando o pobre se retirou, o outro largou-se com a sua mulher para as matas a vêr a grande riqueza. Chegando lá, o que achou foi uma grande casa de marimbondos; metteu-a n'uma mochila e tomou o caminho do mocambo do pobre, e logo que o avistou foi gritando: «Ó compadre, fecha as portas, e deixa sómente uma banda da janella aberta!» O compadre assim fez, e o rico chegando perto da janella, atirou a casa de marimbondos dentro da casa do amigo, e gritou: «Fecha a janella, compadre!» Mas os marimbondos bateram no chão, transformaram-se em moedas de ouro, e o pobre chamou a mulher e os filhos para as ajuntar. O ricaço gritava então: «Ó compadre, abra a porta!» Ao que o outro respondia: «Deixe-me, que os marimbondos estão-me matando!» E assim ficou o pobre rico, e o rico ridiculo.




XL


A Mãi d'Agua


(Rio de Janeiro)


Foi uma vez havia uma princeza, que era filha de uma fada e do rei da Lua. A fada ordenou que a princeza fosse a rainha de todas as aguas da terra, e governasse todos os mares e rios. A Mãi d'Agua, assim se ficou chamando a princeza, era muito bonita, e muitos principes se apaixonaram por ella. Mas foi o filho do Sol