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CONTOS POPULARES DO BRAZIL

0 rei lhe indagou que prestimo tinha aquella bota, e quando soube do que valia disse: «Se eu a apanhasse ia vêr a rainha de Castella.» O moço, não querendo ficar, despediu-se, e, no acto da sahida, o cunhado lhe deu uma escama, e disse-lhe: «Quando vossê estiver em algum perigo, pegue n'esta escama, e diga: «Valha-me o rei dos peixes.» O moço sahiu, e, quando se encobriu do palacio, disse: «Bota, me bota em casa de minha irmã segunda;» e, quando abriu os olhos, lá estava. Era um palacio ainda mais bonito e rico do que o outro. Com alguma difficuldade da parte da irmã, entrou e foi recebido muito bem. Depois de muita conversa, a sua irmã do meio se poz a chorar, dizendo que era «por estar elle alli, e, sendo seu marido rei dos carneiros, quando vinha jantar, era dando muitas marradas, em termos de matar tudo.»

O irmão apaziguou-a, dizendo que tinha onde se esconder. Com poucas, chegou uma porção de carneiros com um carneirão muito alvo e bello na frente; este entrou e os outros voltaram. (Segue-se uma scena em tudo semelhante á que se passou em casa do Rei dos peixes).

Na despedida, o rei dos carneiros deu ao cunhado uma lanzinha, dizendo: «Quando estiver em perigo, diga: Valha-me o rei dos carneiros.» Tambem disse, depois de saber a virtude da bota: «Se eu pegasse esta bota, ia vêr a rainha de Castella.»

O moço foi reparando n'isto, e formou logo comsigo o plano de ir vêl-a. Sahiu, e pela mesma fórma, foi a casa de sua irmã mais moça. Era um palacio ainda mais bonito e rico do que os outros dous. (Seguem-se as mesmas scenas que nas outras duas visitas). Era o palacio do rei dos pombos, e este, na despedida, deu ao cunhado uma penna, com as palavras: «Quando se vir n'algum perigo, diga: «Valha-me o rei dos pombos

Na despedida, sabendo o rei do prestimo da bota, mos-