longe avistou uma fumacinha e dirigiu-se para lá. Foi ter a uma casa onde estavam presos os seus dous irmãos. Ahi descançou e jantou. A Princeza roubadeira o convidou para dar um passeio na sua horta; o moço acceitou e foram. Ao passar o riachinho, a linda moça levantou os vestidos e mostrou as pernas quasi todas. O moço botou os olhos com cuidado. De volta, a princeza perguntou-lhe: «Então, o que viste mais bonito em minha horta?» — «Com licença da senhora, foram as suas pernas.» Lá comsigo disse a moça: «Este me serve.» Seguiu-se o jogo em que ella lhe ganhou todo o dinheiro e mandou-o prender. Quando chegou a hora de dar de comer aos presos, indo a negra com a comida para elle, não a quiz, dizendo: «Leve lá a sua senhora, que eu não preciso d'ella.» Pegou na toalha e foi comida muita que appareceu logo. Os presos todos, eram muitos, que andavam mortos de fome, comeram a fartar-se, e guardaram muita comida. A negra, vendo aquillo foi ter com a senhora e lhe disse: «Não sabe, minha senhora? aquelle preso de hontem tem uma toalha que basta elle pegar n'ella para apparecer logo muita comida e da melhor. Só vosmecê é que devia possuir aquella toalha, princeza minha senhora.» A princeza roubadeira disse á negra: «Vae perguntar se elle a quer vender.» A escrava foi, e o preso respondeu: «Diga á sua senhora que para ella não é nada; basta que me deixe dormir uma noite na porta do quarto d'ella da banda de fora.» A escrava levou o recado. A senhora tomou aquillo por um grande desaforo; mas a negra lhe disse que não désse attenção aquillo, que não queria dizer nada, e ella ficaria com a sua toalha. — No dia seguinte, ao levar o almoço, não o quiz, e puxou pela bolsa e foi comida por cima do tempo. A negra, que via aquillo, correu e foi contar á senhora: «Não sabe, princeza minha senhora? o preso está terrivel; puxou agora por uma bolsa que só vosmecê possuindo… É melhor que a toalha.» A