lhos- de que iria visitar as suas noras; todos aceiaram as suas casas, só a macaca, pulando de contente, pôz a casa n’uma felga, escangalhou camas, quebrou vidraças e mais tropelias. Quando estava o rei para chegar, e o principe viu que tinha a casa como um chiqueiro, disse-lhe a macaca:
— Vae a casa de meu pae, que me mande a laranja que eu deixei em cima da minha commoda.
O principe foi, deu o recado ao sogro, voltou e entregou a laranja á mulher. A macaca armou com umas mezas e cadeiras um throno, sentou-se no alto, e o marido a soffrer-lhe tudo. Quando o rei chegou á porta, e já vinha subindo a escada, a macaca dá a laranja ao marido e disse-lhe:
— Atira-a com força ao tecto da casa.
De repente a casa transformou-se no mais rico palacio do mundo, a meza e cadeiras em um throno de ouro, e ella em uma cara lindissima como o sol.
O rei ficou espantado do que via, e a princeza disse-lhe:
— Obrigada pela sua visita; póde offerecer o seu reino a quem quizer, porque eu sou a rainha dos imperios, que estava encantada, até achar quem fosse capaz de me fazer o que o principe meu marido me fez.
(Algarve.)
Havia n’uma terra uma mulher, que tinha em sua companhia um corvo. Defronte d’ella moravam tres raparigas muito lindas. Como o corvo queria casar, mandou fallar á mais velha; respondeu-lhe que não, e o corvo raivoso anancou-lhe os olhos. Succedeu o mesmo com a segunda, até que a terceira sempre se sujeitou a casar com o corvo.
Tempos depois de já viverem na sua casa, a rapariga