investigação dos contos das raças da America veiu complicar mais o problema, e tornar inefficaz a theoria dos mythos solares para a interpretação da Novellistica.

Desde Huet que a transmissão das fabulas e contos se deriva da India; Silvestre de Sacy, Loiseleur des Longchamps, Benfey e Max Müller, no seu ensaio sobre a Migração das Fabulas, adaptam esta corrente tradicional. Porém a descoberta de contos tradicionaes na civilisação do Egypto, e a origem semitica de muitas fabulas e mythos hellenicos; levam a reconhecer outros fócos de irradiação. Por ultimo, a grande persistencia dos contos nas raças amarellas, tendencia aproveitada pela revolução religiosa do Buddhismo, e que ainda hoje se observa nas raças nomadas da Alta Asia, nos Kalmucos, nos Ávaros, no elemento tartaro dos povos slavos, onde esta vivacidade tradicional é enorme, coadjuvam a fixar melhor o problema das origens ligando a investigação do sentido mythico ao exame da situação social representada nos contos. Assim esses trez dados do problema devem ser estudados simultaneamente. Vamos tentar uma coodernação da Novellistica segundo estas indicações.

Assim como nas religiões mais abstractas e nos cultos mais humanos, como o prova Tylor, subsistem concepções e ritos persistentes de estados moraes inferiores, tambem nos Contos populares das nações ainda as mais civilisadas conservam-se elementos da phantasia e do modo de ver das tribus selvagens. É por aqui que se deve começar a genealogia das ficções. O facto de existirem contos communs ás tribus negras da Africa e ás civilisações da Europa, indica-nos o caminho para restabelecer a evolução mental, subindo das concepções concretas até as noções as mais abstractas. Na morphologia dos Contos ha um desdobramento gradual que corresponde ao progresso mental; a Fabula, nascida de uma simples comparação material, eleva-se ao intuito moral no Apologo, fixando-se na fórma litteraria, e dissolven-