egualmente o mytho de Adonis. Batu confunde a sua vida com a de um cedro, onde guarda o coração, da mesma fórma que Atys se transforma em pinheiro. Lenormant desenvolve este parallelismo, achando o accordo com os complicados episodios do conto, e concluindo: «que o romance dos Dois Irmãos não é outra cousa senão a transformação em contos populares do mytho fundamental nas regiões da Asia anterior, do joven deus solar morrendo, e tornando successivamente á vida, mytho de que temos a versão syro-phenicia na fabula de Adonis, a versão pbrygia na de Atys e finalmente a versão hellenisada em uma epoca ainda agora impossivel de determinar, na lenda de Zagreus.»[1] O dominio dos Pharaós da XVIII e XIX dynastias sobre a Syria, determinou um certo syncretismo religioso como se vê na associação dos cultos de Byblos e do Baixo Egypto e na legenda de Osiris-Adonis;[2] os deuses cananeos Baal, Anat, Qedesch, Astart e Sutekh entraram no pantheon egypcio. N’estes syncretismos religiosos ha a decadencia de muitos elementos mythicos, e por isso uma successiva reelaboração em lendas e contos; a crise religiosa do Buddhismo na India reflectiu-se ainda com este caracter na Asia anterior;[3] o Orphismo na Grecia e o Christianismo na Europa provocaram nas imaginações esta fórma secundaria da ficção, ou o typo do conto ou lenda. O conto dos Dois Irmãos restabelecendo-nos o caminho da sua derivação mythica, tem um paradigma actual entre os Bechuanas, o que nos confirma a necessidade de procurar a fórma de certos mythos, ou o typo da sua degeneração novellesca, nas raças selvagens e no elemento negroide.[4]

O que vêmos com a civilisação kuschita em relação

  1. Ibidem, p. 391.
  2. Ibidem, p. 395.
  3. Renan, Hist. générale des langues sémitiques, p. 281.
  4. Husson, La Chaine traditionalle, p. 99.