e o de Dionysos Zagreus, dos Grecos, conservado nos mysterios Eleusinos ou renovado pelos Orphicos;[1] mesmo no Egypto o mytho osiriano veiu a confundir-se com estes mythos asiaticos, transformando-se n’essa fórma épica com que a descrevera Plutarcho e tal como se acha no Ritual dos Mortos. A influencia dos cultos das divindades femininas é que determinou a decadencia dos mythos dos jovens-deuses solares em contos como o dos Dois Irmãos ou como o de Joseph e da mulher de Putiphar, ou o conto de Sansão, que entre os Assyrio-babylonicos ainda nos apparece como o deus Simson. A passagem dos mythos chaldeo-babylonicos para lendas populares ou historicas entre os Semitas está hoje determinada pela aproximação dos nomes dos Patriarchas do Genesis dos deuses decahidos, como Henok com Anak, Set ou Schet com Schita, Noé com o peixe salvador Nuah.[2] Thamuz, ou o mancebo chorado pelas mulheres nas montanhas da Judeia, fôra, antes de decahir em heroe epico, uma divindade Dumuzi; esta decadencia observa-se em outras divindades, que como Istar adorada pelos Phenicios se tornou um diabo, Astaroth entre os Hebreus.

A extraordinaria tendencia dos semitas para tudo personificarem, lançou-os n’uma invenção mythica permanente de modo que apenas elaboraram em epopêas e contos os mythos da paixão do joven-deus morto, chorado e resuscitado; dos nomes dos seus deuses fizeram patriarchas, e dos patriarchas regiões geographicas, fabricando segundo as necessidades da interpretação lendas etymologicas segundo a inintelligencia da linguagem archaica dos seus livros. Renan, fallando das lendas etymologicas do Genesis, escreve em nota que este phenomeno é commum a muitos outros povos, tendo originado

  1. Lenormant, Prém. Civilisations, t. I, p. 378.
  2. Na minha Hist. Universal, t. II, p.55.