Diz a aguia:
— Eu encontrei umas corujas pequenas n’um ninho, todas depennadas, sem bico, e com os olhos tapados, e comi-as; e como tu me disseste que os teus filhos eram muito lindos e tinham os biquinhos bem feitos entendi que não eram esses.
— Pois eram esses mesmos, disse a coruja.
— Pois então queixa-te de ti, que é que me enganaste com a tua cegueira.
(Porto.)
A barata sahiu de baixo de umas pedras com os filhos e disse-lhes em quanto elles ainda pequenos estavam ao sol:
— Passeae, flores! passeae, flores!
D’aqui vem ditado: «Quem o feio ama, bonito lhe parece.»
(Ilha de S. Miguel.)
A raposa e o lobo mataram dois carneiros e fugiram. Depois que se acharam seguros, deitaram-se a comer, mas só poderam comer um, e o outro ficou inteiro. Diz a raposa:
— Compadre, é melhor enterrarmos este carneiro, e vimos cá amanhã comel-o juntos.
Vae o lobo e diz-lhe:
— Mas nem eu nem tu temos faro, como é que o havemos tornar a achar?
— Deixa-se-lhe o rabo de fóra.
Assim se fez. No dia seguinte apresenta-se o lobo e diz: