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mancero genéral, t. I, p. 2, nota ao Romance n.º 4, resume este conto, tambem vulgar em Hespanha. Na versão italiana de Perugia, tem tambem o titulo Le tre noci fatate. (Ap. Prato, Quatro novelline, p . 28.)


46. As trez cidras do amor. — Apparece pela primeira vez citado na tradição portugueza, por Soropita, Prosas e Versos, p. 103. Este escriptor pertence ao fim do seculo XVI. Cita-se nas obras de Nicoláo Tolentino, p. 93. (Ed. J. Torres.) Publicamos uma versão popular nos Estudos da Edade Media em 1869, p. 65, quando iniciámos estas investigações. Ha outra versão nos Contos populares portuguezes, e nos Contos populares do Brazil, colligidos por Sylvio Romero, n.º XIV, vem com o titulo A moura torta, e variantes. Stanisláo Prato, no seu opusculo Quatro Novelline popolare livornesi, p. 11 e seguintes, traz bastantes versões italianas d'este conto: La bella dei sette Cedri, I tre cocomeri, Le tre melangele d'amore, Bianca como la neve e rossa como il sangue, Le tre noci fatate, Il giardino del orso, La dea Venere. Sobre esta novella apresenta em seguida um largo estudo comparativo (p. 46 a 91 in-4°) sobre as versões colligidas por Pittré, Basile, Imbriani, Berti, Comparetti, Corazzini, Gubernatis, Gradi, Gozzi, Laura Gonzenbach, Schneller, Lippi, Busk, Ive, Visentini, Deulin, Afanasieff, Makban, Buemosci, Schott, Grimm, Kennedy, Brueyre, Asbjornsen (Dasent), Köhler, Maspons y Labros, Schmidt, Eredelgi Stier, Hahn, Benfey, Stefanovic, Jawis Schiefner, Zingerle, Cavallius, etc. Todos estes nomes representam collecções de novellas populares italianas, gregas modernas, allemãs, hungaras, russas, inglezas, escocezas, hespanholas, suecas, aváricas, suissas, por onde se vê que este conto é verdadeiramente universal. Stanisláo Prato interpreta este conto como sendo o mytho do Hercules roubando os pômos de ouro do [[w:pt:Jardim_das_Hespérides#O 11° Trabalho de Héracles|jardim das Hesperi-