exterior. Essa classificação foi adoptada pelo Folk-Tale Commitee de Londres; depois d’esta, conhece-se a classificação de Baring-Gould , com o mesmo espirito, variando apenas pelo arbitrio. A unica classificação racional dos Contos é a que se funda nos themas tradicionaes derivados dos typos mythicos, corno acima indicamos; para realisar este trabalho é preciso conhecer a successão dos estados mentaes da humanidade, as capacidades das raças, e só assim é que se verá como os mythos derivam já da comparação, como as fabulas do fetichismo, já da analogia, como nas personificações polytheistas, já da plausibilidade, como nas epocas em que existe um certo gráo de abstracção tendente para o monotheismo, e em que o mytho subsiste na fórma da parabola, e em que a lenda se converte em historia. Tylor define o valor d’esta successão mental: «Este desenvolvimento opera-se com tanta uniformidade, que se torna possivel tratar o mytho como uma producção organica da humanidade inteira, na qual as distincções de individuos, de nações e mesmo de raças, são subordinadas ás qualidades universaes da intelligencia humana.» [1] Reduziremos este pensamento de Tylor ao seguinte schema:


CLASSIFICAÇÃO DA NOVELLISTICA POPULAR


I. Concepções fetichistas (Peculiares aos povos selvagens e persistentes nas Civilisações kuschitas e mongoloides):

Lapidarios — Viridiarios
a) Comparação por differença: Fabula. — Bestiarios — Astrologia,
Animismo ou transição mythica.
b) Persistencia d’esta concepção
com intuito moral e fórma litteraria: Apologo.
c) Dissolução popular em Locuções
proverbiaes e referencias allusivas: Anexim.
  1. La Civilisation primitive, t. I, p. 481.