— Ai de mim,

Cravo, Rosa e Jasmim.

Isto lhe confirmou a verdade; a rainha chamou o pagem e disse-lhe:

— Vae já, quando não mando-te matar, e traze-me aqui o menino Cravo. Diz lá á minha nora que é ordem do principe, que me contou tudo.

O pagem trouxe o menino; mas a velha rainha entregou-o á criada dizendo:

— Ensopa-me esse menino para o jantar.

Quando o filho estava jantando, e com fastio, porque andava muito triste, a mãe disse-lhe:

— Come, come, que teu é.

Passados dias a rainha deu ordem ao pagem para ir buscar a menina Rosa. Seguiram-se as mesmas cousas. Depois deu ordem para lhe trazer o menino Jasmim. O principe já andava doente, e a velha rainha, dizia-lhe sempre á meza:

— Come, come, que teu é.

Porfim não contente ainda d’esta vingança, mandou dizer á nora, que viesse á côrte, porque a queria casar com o seu filho. A menina que já andava morta de saudades, por se vêr sem os seus filhos, vestiu-se á pressa com a sua saia de esquilhas, e partiu para a côrte. A rainha estava á espera d’ella e assim que a viu, deixou-a entrar para um corredor, e lançou-lhe as unhas furiosa para a afogar. A menina luctou para vêr se lhe escapava, e quanto mais luctava, mais barulho fazia a saia de esquilhas.

O principe, que estava de cama, assim que ouviu aquelle som lembrou-se de sua mulher e levantou-se para ir vêr o que era. Viu a rainha querendo estrangular a nora. Chamou gente; e foi então que se soube das ordens que a rainha tinha dado para matarem os netos. O principe ainda ficou mais afflicto e começou a gritar: