Mariquinha quase nunca estava o dia inteiro na casa do padrinho. Choviam convites para passar o dia em casas amigas, e um dos maiores trabalhos da moça era distribuir o tempo de modo a não criar descontentamentos. Tão agradável era a sua companhia, que as próprias companheiras bebiam os ares pela afilhada do tenente- coronel!

Desde que chegara aos quatorze anos, começara a moça a ser pedida em casamento e aos dezoito recusara nove ou dez pretendentes, coisa admirável numa terra de poucos rapazes solteiros. Entre os namorados sem ventura, posso apontar o tenente Braz, o capitão Viriato e o doutor Filgueiras, que nem por isso era o menos caído. Se a interrogavam sobre a razão de um procedimento pouco comum às moças pobres, a Mariquinha tinha um sorriso adorável dizendo:

- Ora, não tenho pressa.

Assim plácida e feliz corria aquela existência. Querida e festejada de todos, era a princesa do Parentins, o beijinho das moças, a adoração dos rapazes, a loucura dos velhos, a benevolência das mães de