família. O único defeito que lhe imputavam as amigas era a faceirice. E tinha na verdade esse pecado, se pecado é em moça bonita, pois que eu, com esses cabelos de sal e pimenta, morro pelas raparigas faceiras.

Em dezembro de 1866, veio o filho do capitão Amâncio de Miranda passar o Natal com o pai em Vila Bela. Lourenço, assim se chamava o rapaz, fora em pequeno estudar ao Maranhão, e de lá voltando empregara-se na alfândega do Pará. Pela primeira vez voltava a Parentins, depois que de lá saíra. Oxalá não tivesse voltado nunca!

O filho do capitão Amâncio era um rapaz alto e louro, bem-apessoado. Imaginem se devia ou não agradar às moças de um lugarejo, em que toda a gente é morena e baixa. Acrescia que Lourenço tinha uns modos que só se encontram nas cidades adiantadas, vestia à última moda e com apuro, falava bem e era desembaraçado. Quando olhava para algum dos rapazes da vila, através de sua luneta de cristal e ouro, o pobre matuto ficava ardendo em febre. Demais, chegara do Pará, sabia as novidades. Criticava com muita graça os defeitos