porta do tenente-coronel. Lourenço ainda continuou na companhia da família do juiz, e Mariquinha seguiu-o com o olhar até que o grupo se escondeu por detrás da igreja. Quando a moça voltou-se para entrar em casa, o padrinho a observava:

- Ora vamos, Maria, então que é isso? - perguntou meio zangado.

- Nada, não senhor - respondeu ela, e correu a esconder a vergonha e desespero no seio da boa Margarida, que debalde tentou enxugar lhe às lágrimas com consolações sensatas.

Aquele amor rápido e profundo, feito talvez de muitos sentimentos contrários, produziu-lhe grande mudança nos hábitos, nos modos e no gênio. Vivia triste e aflita, vítima indefesa de uma paixão ardente, de uma dessas paixões que a gente só admite nas novelas, mas que também existem na vida real, principalmente entre as mulheres de nossa terra, impressionáveis em extremo. A moça passava dias sem comer, noites sem dormir, e quando alguma nova proeza do rapaz vinha lhe matar alguma pequenina esperança que alimentara no intervalo, chorava, e chorava no