seio da Margarida, de sua querida mãe preta.

Porque Lourenço de Miranda era um desses moços que julgam ser-lhes tudo permitido. Acostumado aos namoros fáceis do Pará, pensava que em Vila Bela, na vida estreita da aldeia, podia impunemente brincar com o sentimentalismo das raparigas, sem refletir que as nossas moças não estão como as da cidade, fartas de ouvir galanteios nos passeios e nos bailes. As daqui tomam tudo a sério, acreditam em tudo. Lourenço, porém, pouco se lhe dava do que resultasse. Vivia alegre, gozando a licença, namorando claras e trigueiras, declarando o seu amor às caboclinhas do peito duro e às moças de família, franzinas e pálidas.

Uma vez, entretanto, Mariquinha julgou que alcançaria vitória. Foi numa tarde de janeiro, quente e linda, quando se encontraram no sítio da Prainha. Tinham ido algumas famílias a banho naquela saudável praia. Felizmente não estava a Lucinda, presa em Vila Bela por um defluxo rebelde, que mais a afeava. O fato foi de bom presságio, Mariquinha, que fora a contragosto