De fato, uma claridade tênue passava pelos vãos das telhas. Um galo cantou no quintal e na vizinhança outro galo respondeu.

A velha apertou com os dedos o tabaco aceso, para que pegasse melhor o fogo. Soltou duas longas baforadas e veio de novo sentar-se ao pé da rede. Mariquinha levara a mão ao peito, como para comprimir as pulsações do coração.

A mãe preta continuou.

- Não se pode duvidar. É remédio que não falha. Por que é que o capitão Amâncio ficou-se babando pela velha Inácia? Está claro que, sendo ela velha e feia, só podia ser por feitiço. E o senhor mesmo, seu padrinho, como foi que ficou tão agarrado à defunta Miquelina? Era preciso que eu não fosse de casa, para não saber? Pois se fui eu mesma quem arranjou o tajá. A defunta andava chorando, chorando, não comia nem bebia, por ciúmes da Joaninha Sapateira. Arranjou-se o tajá... e foi uma vez a Joaninha Sapateira. Nunca mais o senhor quis saber dela, e era só Miquelina para cá, Miquelina para lá. até que lhe deu aquela dor de peito que a matou, coitadinha!