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CONTOS E PHANTASIAS

Não perguntava noticias; para que?

Tinha a certeza intima de que lh’as não dariam completas nem verdadeiras.

Antes não queria saber nada, do que banalisar a sua idolatria, revelando-a a seus inimigos.

Ella tambem lhe não escrevêra, o que o não surprehendera nada.

Estava tão costumado a ser uma cousa inutil e desprezada, que nunca lhe viera á idéa a possibilidade sequer de possuir uma carta d’ella.

No entanto ia adoecendo, definhando, parecia uma sombra.

Um medico que o viu torceu o nariz, e deu claramente a entender que aquillo nunca chegaria a ser um homem.

Foi então que se lembraram de o mandar para um collegio, em primeiro lugar para não terem o desgosto de o vêr a cada passo, em segundo lugar para o distrahirem da idéa fixa que o estava consumindo.

No primeiro dia em que Thadeu fez a sua entrada no collegio houve uma tal galhofa, um gaudio tão extraordinario entre a rapaziada, que os professores para manterem a ordem tiveram de empregar severos castigos.

Não havia meio de o vêr sem rir.

Tinha um tic nervoso a um canto da bocca, tinha