184
CONTOS BRASILEIROS


De altivolos foguetes perseguidos,
Entre assobios e horridos rugidos,
E ao som do « Viva São João! » gritado
Pela voz chrystallina
Da multidão alegre e pequenina.
E n’um espaço adrede preparado
Em frente á casa, ardia,
Uma fogueira immensa, crepitante,
Emquanto no alto céo se desfazia
O seu pennacho rubro e chammejante.

Dona Andreza, insensivel á poesia
Dos costumes que herdámos do passado,
Suspirando, dizia:
— Quanto dinheiro, santo Deus, queimado! —

A formosa Ritinha
Dois namorados tinha,
Alberto e Alfredo, ambos autorizados
A pedil-a ao João Canto em casamento.
Tendo dois namorados,
Era o seu pensamento
Que é coisa assaz prudente
Em tudo nesta vida
Ter um sobrecellente,
Prevenindo-se a gente
Contra qualquer partida;
Mas o caso é que andava a dois carrinhos;
Como, entretanto, um coração não póde,
Tratando-se de amor, os seus carinhos