Petulante, expressivo;
O corpo esvelto, senhoril, altivo,
De uma fina princeza;
Emfim, toda a belleza,
Que na casa faltava,
Reuniu caprichosa natureza
Naquella moça que nascera escrava!
A linda Philomena
(Ella assim se chamava)
Com muita vigilancia era guardada
Ali, desde pequena;
Jámais sahiu senão acompanhada,
E nem mesmo á janella
Curiosa vizinha
Nunca a apanhou sózinha:
Sempre estava com ella
Alguma das Pedrosas,
E a companhia dessas tres feiosas
Tornava-a inda mais bella,
Sobresair fazendo
O quanto nella havia de estupendo.
A rua de São Thiago
Atravessavam muitos namorados;
Levava-os o desejo, embora vago,
De entrevel-a de longe; mas... coitados!...
As Pedrosas faziam sentinella,
E se um homem qualquer se aproximava,
Philomena sahia da janella...
E o sujeito passava!