De confusão enche-se toda a gente
Que á uma quer sair da igreja aos gritos!
Ha quedas, apertões e faniquitos!
Separam-se as Pedrosas! Philomena,
Que vira o moço preparar a scena,
Chega-se a elle, toma-lhe o bilhete,
E mette-o logo dentro do corpete.
Sóbe ao pulpito um frade barbadinho
E consegue acalmar o borborinho.
Ninguem soube que estupido gaiato
Produzira o medonho espalhafato.
No seu quarto, sósinha,
Philomena, que lia soletrado,
Suspirando de gozo a cada linha,
Leu estas linhas do mancebo ousado:
«Amo-te loucamente!
Se pensas no futuro,
Illude a vigilancia dessa gente,
E amanhã, meu amor, vai ter commigo,
A’meia noite, no portão do muro.
Não correrás perigo,
Por minha honra, o juro.
Se me dàs a entrevista, ó Philomena,
Logo que eu te appareça
Amanhã, na novena,
Leva a mão á cabeça.»
Escusado é dizer que, sem protesto,
Fez Philomena o reclamado gesto,