E é por isso que estava ali parado,
Naquella noite placida e silente,
O chapéo desabado...
O namorado necessariamente
Não se lembrou da lua, mas a lua
Foi, por acaso, protectora sua,
Pois se estivesse escuro,
Não roubaria a mulatinha a chave,
E de mansinho, lepida, suave,
Não abriria o muro...
Elle a nada se atreve
(Pensou): a lua defender-me deve... —
Com effeito, queria
Levar longe a ousadia
O moço cujo peito era offegante
E cujas mãos curiosas...
Mas a lua era guarda vigilante,
Mais vigilante ainda que as Pedrosas.
Entretanto, uma nuvem carregada,
A rolar isolada
Naquelle céo tão limpo,
Parecendo enviada
Por qualquer deusa lubrica do Olympo,
Se não a deusa em nuvem transformada,
Aproxima-se indolentemente
Da lua. De repente,
Vendo a moça indiscreta