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se envileceraõ; elles naõ vieram da Andaluzia comigo para desobedecer a El Rey, nem para deshonrar a Naçaõ.

Quartel-general de Badajoz, 30 de Novembro, de 1807.

O MARQUEZ DEL SOCCORRO.

[Continuar-se-ha.]




Relaçaõ circumstanciada da Revoluçaõ de Hespanha.

DESDE que o Príncipe das Asturias foi accusado de querer destronar seu pay esteve sempre o espirito do publico, na Hespanha, cheio de agitaçaõ; e a marcha das tropas Francezas pelos territorios Hespanhoes, ainda depois de cessar o protexto (que éra a conquista de Portugal) assustou ésta Naçaõ de maneira, que o Povo julgou que devia entrar no exame das cousas deste procedimento apparentemente hostil, da parte de hum alliado. O Governo mandou recolher as tropas que se achàvam empregadas na chamada conquista de Portugal, e deo outras providencias; que mostráram claramente a indecisaõ, falta de energia, e pareceres opostos que reynávam no conselho. Os mal-intencionados, e partidistas espalhávam rumores adaptados aos seus fins, huns diziam que o Principe da Paz havia formado hum plano com a Raynha para à ruina do Principe das Asturias; outros accusávam a este de querer dethronizar seu pay. Aos quinze de Março foi corrente em Madrid o rumour de que El Rey, entaõ em Aranjuez, intentava retirar-se para Sevilha, que esta medida havia sido approvada em Conselho pleno, mas naõ sem haver a mais formidavel opposiçaõ, que a Raynha e o Principe da Paz estavam determinados a fugir, e que o Principe das Asturias, e seu irmaõ se resolvîam a ficar. Como querque isto fosse soube-se que as tropas aquartelladas em Madrid, havîam tido ordem para marchar, e os symptomas de commoçoens cada vez éram mais conspicuos. El Rey publicou no dia 16