POR QUE EU ESCREVI O PGP

(1991)[1]

Philip R. Zimmermann

“Tudo que você fizer será insignificante,
mas é muito importante que você faça”

Mahatma Gandhi

É pessoal. É privado. E não é da conta de ninguém além da sua. Você pode estar planejando uma campanha política, discutindo seus impostos ou tendo um romance secreto. Ou você pode estar se comunicando com um dissidente político em um pais repressivo. Seja o que for, você não quer que seu e-mail privado ou seus documentos confidenciais sejam lidos por qualquer outra pessoa. Não há nada de errado em afirmar sua privacidade. A privacidade é tão clichê quanto a Constituição.

O direito à privacidade é difundido implicitamente em toda a Declaração dos Direitos dos Cidadãos dos Estados Unidos (Bill of Rights). Mas quando a Constituição dos Estados Unidos foi emoldurada, os fundadores não viram necessidade de deixar explicito o direito à uma conversa privada. Isso teria sido bobo. Duzentos anos atrás, todas as conversas eram privadas. Se alguém estivesse ao alcance da voz, você poderia ir para trás do celeiro e conversar lá. Ninguém poderia ouvir sem o seu conhecimento. O direito à uma conversa privada era um direito natural, não apenas no sentido filosófico, mas no sentido das leis da física, dada a tecnologia da época.

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  1. Parte do Guia do Usuário PGP original de 1991 (atualizado em 1999). Tradução: Coletivo Cypherpunks.com.br, disponível em https://cypherpunks.com.br/biblioteca/porque-eu-escrevi-o-pgp/ , com revisão de Victor Wolfenbüttel. O texto original, em inglês, está em https://nakamotoinstitute.org/why-I-wrote-pgp/.