Estávamos na sala malva, a sala das recepções íntimas, das conversas leves em torno da mesa do chá. Mme de Sousa, linda no seu teagown cor de pêssego, posava entre a trêfega mme Werneck e a sisuda viscondessa de Santa Maria, e nós, eu e o barão Belfort, já tínhamos esgotado o ataque à música italiana, quando mme Werneck deu conta da sua última descoberta:

— O barão está triste.

— Pois se venho de acompanhar um enterro.

— Triste por isso? O barão, o homem sem emoções, triste porque acaba de fazer a coisa mais banal desta vida, entre pessoas de sociedade!

— Não é propriamente por isso. Estou triste porque vi enterrar a última mocinha romântica deste agudo começo de século. Se lhes contasse a história da pobre Carlota Paes, ficavam para aí todos a chorar, e antes de tudo, nesta hora agradável, nunca me perdoariam ter envermelhecido os lindos olhos de mme Werneck.

— Mas, pelo que vejo, a sua história tem a propriedade