— É velho, clamou alguém.
— Que tem isso? indagou facundamente o Dr. Hortêncio. Então, se ali embaixo estivessem Beethoven, Schumann, Mozart ou outros luminares da música, nós não os deixaríamos entrar!
Aquele argumento pareceu decisivo, apesar de estarmos convencidos de que se Beethoven e os outros luminares aparecessem, teriam que ficar na calçada e sem abrigo.
O jovem partira, entretanto, e minutos depois entrava na sala conduzindo um homem ventrudo que tinha um cavaignac de bode branco e rolava o chapéu nas mãos.
— Meus senhores, o pianista Prates, que teve a bondade de aceitar o nosso convite.
— Eu passava na ocasião, murmurava o homem, achei linda a festa...
Um bando de dançarinos já o envolvia, oferecendo-lhe licores, tirando-lhe o chapéu, sentando-o ao piano.
— Vai tocar alguma coisa?
— Quem estava aqui?
— Nós todos.
— Pareceu-me ouvir as composições do Sr. Firmino... Abancou, correu uma escala do piano. Hein? Que era aquilo? Era uma outra escala, uma escala estranha.
— Bem, vou tocar uma valsa.
— Bem moderna, Sr. Prates; uma valsa dançante.
— Sim, sim...