Geraldo curvava-se, sem uma palavra. A dama loira abriu a bolsa de prata, tirou uma nota.
- Tome. Não quer receber? Ora esta! Receba. Para esquentar. Ande lá.
- Grazzie, signorina...
- Diga: é italiano?
- lo sono venuto da Napoli fa tre anni...
- Ah! bem. E quantos anos tem de idade?
- Vinte e due.
A dama loura olhou-o profundamente, teve um leve suspiro, e ainda indagou:
- Como se chama?
- Túlio.
- Venha dar-me banho.
Infinitamente alegre com a aventura, Geraldo seguiu para o oceano a dar banho na dama loura, e quando voltou estava a arrebentar de riso. Não é que a mulherzinha o tomava mesmo por banhista? Entretanto, o imprevisto do caso acendia-lhe o desejo de continuar. Sim, continuaria. E falou ao dono da casa de banhos. O homem, um italiano velho, não gostava de patifarias no estabelecimento. Mas, como era ele, Geraldo, consentia. Os outros riam a perder, um pouco envaidecidos porque, afinal, um estudante era tal qual eles. E Geraldo, que não dissera a coisa na escola por um certo pudor, não faltou mais. Logo cedo lá estava no estabelecimento, de pés nus, calção de meia, camisa aberta. A dama loura chegava sempre às seis e meia.
- Então, Túlio, o meu quarto?