toda, corria ao rendez-vouscom a louca vontade de que ele não a esperasse mais. Porque ia então? Ora! porque ia! Por condescendência, por fraqueza, por não achar o meio sério de se livrar de vez. E só então Laurinda lembrou que ia, naquele momento, para o suplício! Pegou do tubo acústico, soprou desesperada:

— Mais devagar, José!

Se aquele pobre Guilherme tivesse mais alguma novidade além das unhas! Mas -coitada dela!- era certo vê-lo ajoelhar, vê-lo dizer: -sempre vieste! mostrando as unhas polidas e brilhantes prestes ao sacrifício! Era infalível que teria um fato novo, que a beijaria como a beijava sempre nos olhos para lhe tirar a veloutinedo rosto, era fatal que arrebentaria o cordão do seu espartilho diante do psyché -que é como a alma do nosso físico... Ao menos, se o jovem feliz não a obrigasse a despir, conversasse apenas, tivesse, enfim, um aspecto novo -vá! Mas não. Havia de ser tal qual, inexoravelmente tal qual. Oh! era estúpido!

Um espasmo de raiva fê-la esticar os dedos coriscantesde anéis. Seria eterno aquilo? Não acabaria mais nunca? O monstro abusaria até o fim da sua posição de mulher honesta e fraca?

De repente o carro parou.

Deus! ia começar a tortura, o desespero! As janelas estariam abertas, era certo. O imbecil ainda acabava morando lá! Lentamente, como se levantasse o mundo, suspendeu o storede seda