porque o pesar de ter saído desta em que o desperdício é a norma, a saudade e as lembranças deixá-la-iam amargurada. Depois não tem recursos e teria sempre que pôr em circulação o seu lindo capital."

- "Barão, por quem é, fale-me sinceramente."

- "Então, minha filha, aconselho uma paixão ou um excesso, um belo rapaz ou uma extravagância." - "Nesta roda não há belos rapazes." - "De acordo, há quando muito velhos recém-nascidos. Mas é recorrer à multidão, passar uma noite percorrendo os bairros pobres, experimentar. Ou então, minha cara, um grande excesso: champagne, éter ou morfina..." Voltei-me para a sala. Num camarote fronteiro a Elisa olhava com os seus dois olhos de morta. "E se não a repugna muito uma grande mestra dos paraísos artificiais, a Elisa." - "Não fale alto, que ela percebe." - "Então já a sabia lá?"

"Corri-a ontem do meu quarto. É um demônio." - "Mas você precisa de um demônio."

- "O que ela faz..." - "Já sei, toda a gente faz. Mas naturalmente ela é excepcional." - "Barão, vá embora." - "Adeus, minha querida." Quando dei a volta para falar a Elisa, já esta deixara vazio o camarote.

- E então, como morreu a linda criatura?

- Aceitando o meu conselho. A sua morte pertence ao mistério do quarto, mas devia ser horrível. Elsa partiu do music-hall diretamente para casa, pretextando ao banqueiro que lhe ia pôr um pequeno palácio, a forte dor de cabeça - a clássica migraine das cocottes enfaradas ou excedidas. E apareceu