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Antonio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Silva — Natural de S. Paulo, nasceu em Santos a 1 de novembro de 1773 e falleceu no Rio de Janeiro a 5 de dezembro de 1845.

Formado em direito pela universidade de Coimbra, seguiu a carreira da magistratura, que estreou, exercendo o cargo de juiz de fóra de Santos, depois o de ouvidor de Olinda, sendo nomeado desembargador da relação da Bahia, onde não tomou assento por ser eleito deputado á constituinte brazileira e pelas occurrencias posteriores.

Em 1817, achando-se no exercicio do cargo de ouvidor de Olinda, adheriu á revolução de Pernambuco, fazendo parte de seu conselho; foi por isso preso e transportado com muitos outros, compromettidos na mesma revolução, para a cadeia da Bahia, e ahi por lembrança do padre Francisco Muniz Tavares, se cotisando os presos para mandarem vir livros de instrucção, e se estabelecendo uma especie de atheneu, Antonio Carlos leccionou a lingua ingleza, direito natural e direito civil. (Veja-se Francisco Muniz Tavares, Basilio Quaresma Torreão e Frei Joaquim do Amor Divino Caneca, que tambem ensinaram outras materias na cadeia da Bahia.)

Sendo deputado as côrtes portuguezas em 1821, ahi advogou os direitos e dignidade do Brazil, sahindo a final de Lisbóa occultamente com algum deputados brazileiros, entre os quaes o doutor Cypriano J. Barata de Almeida, de quem tratarei, e se dirigiu com elles a Falmouth, onde redigiu o celebre manifesto de 22 de outubro que todos assignaram. Deputado á constituinte brazileira, foi relator da commissào que apresentou o projecto de constituição; depois, dissolvida acamara, elle — que se havia pronunciado nas vesperas contra dous officiaes do exercito que insultaram e feriram um brazileiro, e já havia attrahido a si as antipathias do exercito que chegou a reclamar do Imperador sua exclusão da constituinte - foi preso com seus irmãos e outros deputados ao sahir da camara, e deportàdo para a França, d'onde lhe foi permittido voltar em 1828; e de volta ao imperio, ainda preso, foi processado, mas julgado sem culpa, retirou-se para S, Paulo, onde esteve até 1838 alheio à politica, só então reapparecendo como deputado em opposição ao partido conservador.

Quando se tratou da maioridade do actual Imperador, Antonio Carlos pugnou por ella, foi nomeado ministro do imperio no primeiro gabinete, organizado a 24 de julho de 1840; foi ainda uma vez deputado por sua provincia e finalmente senador por Pernambuco em 1845, poucos mezes antes de morrer, Em 1832 nomeado ministro extraordinario e plenipotenciario junto á côrte de Londres, recusou a nomeação; mas partindo para a Europa no anno seguinte, se disse que fóra tratar da volta de dom Pedro I ao Brazil.

Era do conselho de sua magestade o Imperador, membro do Instituto historico e geographico brasileiro e escreveu:

Proposta para formar por subscripção na metropole do imperio britanico uma instituiçao publica para derramar e facilitar a geral