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quer em collecções de poesias, como por exemplo a obra intitulada Cantos do Brazil, que viu a luz no Rio de Janeiro em 1880, e foi logo reimpressa no Almanak da Gazeta de Noticias de 1881.

De Castro Alves são:

Espumas fluctuantes; poesias, Bahia, 1870 — Segunda edição, posthuma, Bahia, 1878. Seria longo mencionar os elogios que tem tido este livro, e todas as composições, qu encerra, encantam por tal modo, que é difficil dar a preferencia a qualquer. Vou transcrever ao acaso algumas linhas das Espumas fluctuantes; são uns versos em que o autor descreve uma moça adormecida n'uma rede, junto a um jasmineiro, cujas flores, agitadas pela briza da noite, vêm beijar-lhe de vez em quando a face:

Era um quadro celeste... A cada affago
Mesmo em sonhos a moça estremecia...
Quando ella serenava, a flor beijava-a;
Quando ella la beijal-a, a flor fugia.

Dir-se-hia que naquelle doce instante
Brincavam duas candidas crianças;
E a briza que agitava as folhas verdes
Fazia-lhe ondear as negras tranças.

Gonzaga ou a revolução de Minas: drama. Bahia 1870 — O conselheiro. J. de Alencar fez o mais solemne elogio á esta obra.

A cachoeira de Paulo Affonso : poema original brazileiro. Bahia, 1876 - E' das obras deste autor aqueIla talvez, em que mais se revela a elevação e altivez de seus pensamentos.

Fragmento dos escravos, sob o titulo de Manuscripto de Stenio. Bahia, 1876.

O navio negreiro : tragedia no mar — Sahiu na Ilustração brazileira, e tem sido impressa em muitas revistas, e obras diversas esta composição, por si sô bastante para dar um nome a seu autor, Está impressa tambem em opusculo.

Vozes d'Africa e o navio negreiro. Rio de Janeiro, 1880 — Nos Cantos do Brazil vem estas duas composições, e mais as seguintes: a Hebrea. Sub tegmine fagi, O laço de fita.

Os escravos: poema — Inedito.

Calhau: poema sobre um facto lústorico da Bahia — Idem.

Don Juan: drama - Idem.

O Diablo-mundo, de Espronceda: traducção — Idem.

Castro Alves foi um dos redactores do periodico

O Futuro: periodico scientifico e litterario. Recife, 1864 — Foram seus companheiros A. A. de Carvalhal, A. A. Milton e L. F. Maciel Pinheiro.