Página:Diccionario Bibliographico Brazileiro v1.pdf/165

Antonio Correia do Couto — Natural de Cuyabá, capital da provincia de Matto-Grosso, não pude averiguar a época de seu nascimento, nem mesmo a de sua morte, bem que muito recente.

Era bacharel em sciencias sociaes e juridicas pela facultade de S. Paulo, representou sua provincia na camara temporaria na legislatura de 1861 a 1863, e escreveu :

Dissertação sobre o actual governo da republica do Paraguay, seguida da descripção de Coimbra, do Pão de Assucar, e de outros logares; dos actos de vandalismo, praticados na provincia de Matto-Grosso por sua ordem; da contestação ao pretendido direito á parte do territorio da dita provincia, e da indicação dos meios de se lhe fazer a guerra em desaffronta das atrocidades e insultos commettidos palos seus officiaes e soldados. Rio de Janeiro, 1865.


Antonio Correia de Lacerda — Filho de Manoel Correia Dias de Lacerda, nasceu em Portugal na villa da Ponte em 1777 e falleceu na provincia do Maranhão a 21 de Julho de 1852, sendo cidadão brazileiro pela constituição do imperio.

Bacharel em medicina pela universidade de Coimbra, e cirurgião do exercito portuguez, serviu nas forças commandadas pelo Conde de Amarante; foi depois medico de partido em S. Pedro do Sul, comarca de Lafões, e em 1818 veiu para o Brazil, exercendo o cargo de physico-mór. No Pará, segundo parece, tomou parte em uma das commoções politicas que agitaram esta província depois da independencia, e para subtrahir-se á sanha dos seús adversarios, emigrou para os Estados-Unidos, perdendo quanto possuia; e voltando ao Imperio em 1836 ou 1837, foi residir na provincia do Maranhão, em cuja capital exerceu a clinica, e deu-se com a maior dedicação ao estudo das sciencias naturaes, sobretudo ao da botanica.

Foi socio do instituto historico e geographico brazileiro, e na instituição da sociedde Vellosiana, de iniciatLva do doutor Francisco Freire Alercão, foi contemplado como socio, o que levou-o a escrever em seu testamento uma verba, deixando a esta sociedade toda sua livraria, estantes e manuscriptos, incluidas suas importantes collecções de zoologia e de botanica.

Em sua vida nada publicou de mais de vinte volumes que deixou manuscriptos, e que como se vê no Diccionario historico-geographico da província do Maranhão, foram remettidos ao governo imperial. Suas obras são:

Flora paraense-maranhensis. 1821-1852 — 10 vols. de duas columnas com desenhos a lapis, intercallados no texto, representando vegetaes ou partes constitutivas de vegetaes.

Phytographia paraense-maranhensis, sive descriptio plantarum in Pará et Maranhão lectis. VoI. 11º (tertium Phitographiæ maranhensis). 1849-1850 — Como se declara é o umdecimo volume da obra acima.