— Discurso pronunciado no cemiterio publico em o dia 1º de setembro de 1880 por occasião de dar-se á sepultura o cadaver do doutor Aprigio Justiniano da Silva Guimarães, lente de economia politica da faculdade de direito. Recife, 1880, 19 pags. in-8º — Foi mandado imprimir por seus collegas de anno.
Antonio Peregrino Maciel Monteiro, 2º Barão de Itamaracá — Filho do bacharel Manoel Francisco Maciel Monteiro e de dona Manoela Lins de Mello, nasceu em Pernambuco a 30 de abril de 1804 e falleceu em Lisboa a 5 de janeiro de 1868.
Depois de estudar humanidades em Olinda, partiu para França c cursando a universidade de Paris, ahi re ebeu o grau de bacharel em lettras em 1824, o de bachrel em sciencias em 1826, e o de doutor em medicina em 1829. De volta à patria exerceu a clinica medica; representou sua provincia em quatro legislaturas desde 1833, sendo na ultima presidente da camara ; fez parte do gabinete organizado a 19 de setembro de 1837, occupando a pasta dos negocios estrangeiros; deixando o ministerió em 1839, foi nomeado director da faculdade de Olinda, e exerceu diversos cargos como o de vereador da camara municipal, director do theatro publico, provedor da saude do porto, membro da junta de hygiene, director da instrucção publica, e finalmente ministro plenipotenciario do Brazil junto á côrte de Portugal, em cujo cargo morreu.
Foi, alem de medico distincto, e de orador eloqúente, poeta lyrico maviosissimo, sendo ordinariamente improvisados, tanto seus discursos, como suas poesias. O doutor J. M. de Macedo descreve bem seu caracter, exprimindo-se assim: «Maciel Monteiro frequentava apaixonado os theatros, os bailes, as sociedades dos circulas mais elegantes e elie proprio era o typo da mais exigente e caprichosa elegancia no trajar sempre rigorosamente á moda, e no fallar sempre em mimos de delicadeza e de refinada cortezia, em que sem pretenção, nem demasia seu espirito subtil e sua imaginação de poeta radiavam suave e encantadamente. Após longas horas, passadas em saraus, em companhias aristocraticas ou em theatros, dormia a somno solto até ás dez horas do dia seguinte; lembrava-se então de que devia fallar na camara e pensava no seu discurso emquanLo apurava cuidados de seu vestir esmerado. Logo depois a camara ouvia eloquente discurso, lindissimo nâ fórma, com perfeito plano na ordem das idéas, pujante na argumentação e revelador da illusLração de quem o proferia...»
Era do conselho de sua magestade o Imperador, grande dignitario da ordem da Roza, official da do Cruzeiro, grã-cruz de diversas ordens da Italia, de Roma e de Portugal ; membro da Arcadia de Roma e de outras associações litterarias, nacionaes e estrangeiras, e escreveu:
— Dissertation sur la nature, les simptomes de l'inflammation de l'arachinoide et son rapport avec l'encephalite. Paris, 1829 — E' sua dissertação inaugural.