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distincto, já escrevendo artigos em collaboração para diversos jornaes, já redigindo: — O Lidador (orgão do partido conservador). Recife, 1845 a 1848 Foram seus companheiros de redacção J. T. Nabuco de Araujo e J. J. Ferreira de Aguiar.

A União (folha do partido conservador). Recife, 1848 a 1851 — Foram seus companheiros os mesmos já mencionados, Floriano Corrêa de Britto e outros.


Antonio Pereira — Natural da capitania, hoje provincia do Maranhão, nasceu em 1641, e falIeceu, segundo Bento J. de S. Farinha, em 1693, e segundo o doutor J. M. de Macedo a 28 de setembro de 1702, no Pará.

Muito joven entrou para o collegio dos jesuitas, onde fez seus estudos, tomou a roupeta e recebeu ordens sacras, sendo um dos padres mais notaveis da ordem, quer como prégador e theologo, quer como catechista. Para melhor desempenhar esta missão, a que se deu com todo fervor, applicou-se ao estudo da lingua indigena, que conseguiu fallar correctamente, e morreu no exercicio de suas catecheses, atravessado de uma flecha, que lhe atirara um indio.

Diz o doutor Macedo que o padre Antonio Pereira escrevera um:

Vocabulario da lingua brazilica — e além disto estudos sobre a lingua dos gentios, trabalhos filhos de muito labor, de paciencia, de combinação e de methodo suprendente, que ainda hoje são thesouros de immenso valor, se exploram e se aproveitam. Nunca vi taes obras, nem dellas dá noticia o autor da « Bibliographia da lingua tupy ou guarany » que é empregado, e sabe do que existe na bibliotheca nacional. Escreveu mais:

Catechismo para instrucção dos meninos e meninas — obra, de que faUa Bento Farinha, dizendo que o autor deixara manuscripta. Não sei si foi impressa.

Este bibliographo no seu «Summario da bibliotheca luzitana» faz menção de sete indiviuuos com o nome de Antonio Pereira, além deste de quem me occupo.


Antonio Pereira da Camara — Nasceu na provincia da Bahia em 1697, seguiu o estado ecclesiastico como presbytero secular, e ainda florescia no anno de 1758 na cidade do Rio de Janeiro.

Fez todoa os estudos de humanidades no collegio dos jesuítas de sua provincia, onde tomou a roupeta e recebeu o grau de mestre em artes; depois, indo para Portugal, estudou o curso de canones na universidade de Coimbra, e recebeu o grau de bacharel, gozando da reputação de um talento fertil; foi um distincto orador sagrado em sua época, mas de seus discursos oratorios apenas se conhecem os seguintes: