Pernambuco, e deputado a assembléa geral por sua provincia na primeira legislatura formada por eleição directa. Membro proeminente da politica conservadora no Ceará, é na camara temporaria um dos mais decididos opposicionistas da politica dominante, e escreveu:
— Discurso pronunciado na capital da Fortaleza no acto do assentamento da pedra do asylo de mendicidade no dia 2 de dezembro de 1877. Fortaleza, 1877, in-4.º
— Discursos pronunciados na camara dos deputados na sessão de 1882. Rio de Janeiro, 1882, 200 pags. in-16 — Versam sobre violencias contra a sociedade emancipadora cearense, sobre a estrada de ferro de Baturité, sobre o commercio internacional de escravos, sobre negocios do Ceará e outros assumptos.
— A Ordem: orgão conservador. Baturité, 1879-1880 — Consta-me que continúa a publicação na Fortaleza.
Antonio Pio dos Santos — Natural do Rio de Janeiro, nasceu a 3 de janeiro de 1777, sendo seus paes o capitão-tenente Pio Antonio dos Santos e dona Maria Marciana de Sá, e falleceu pouco mais ou menos em 1820.
Foi official da armada, para onde entrou em 1790, exerceu commissões importantes e subiu ao posto de chefe de divisão; mas sendo sua promoção a este posto incluida n'uma promoção geral, feita por dom João VI a bordo do navio que transportava este monarcha ao Brazil, no qual tambem se achava Pio dos Santos, e não querendo as côrtes constituintes sanccional-a, teve elle de voltar ao posto anterior. Além deste facto singular de sua vida ainda ha outro mais singular: esteve amortalhado e prestes a ser enterrado com todas as honras devidas ao seu posto e com todas as formalidades da igreja, estando vivo! N'uma molestia, de que soffreu, apresentando signaes da morte, vestiram-lhe a mortalha, fizeram-lhe o enterro, etc., ficando o corpo fechado n'uma igreja, e no esquife para ser dado á sepultura no dia seguinte, depois de uma missa; mas, acordando elle no meio do canto-chão que lhe entoavam os padres, levantou-se do esquife, pondo em debandada e espavoridos todos os assistentes com o estranho succeso.
Pio dos Santos passou sempre por um official de muita erudição, porém era dotado de um genio muito excentrico e extravagante; por isso muitos casos e anecdotas de espirito contavam delle seus contemporaneos.
Escreveu:
— Diversos artigos no Correspondente Constitucional relativamente á validade de sua promoção ao posto de chefe de divisão, de que o esbulharam as côrtes constitucionaes. Lisboa, 1812.
— Epistola proclamatoria a el-rei e à nação portugueza para desengano dos liberaes indiscretos ou vertiginosos constitucionaes. Lisboa, 1823 — Esta poesia foi publicada n'uma folha avulsa e distribuida com a Gazeta de Lisboa, bem como a seguinte: