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Santos, d’onde passou para egual cargo em Marianna, provincia de Minas Geraes, e serviu depois successivamente como ouvidor interino de Ouro-Preto juiz de fóra da Campanha, desembargador da relação da Bahia, desembargador da do Rio de Janeiro, e membro do supremo tribunal de justiça, desempenhando além disto diversos cargos inherentes á magistratura, como juiz provedor, de ausentes, juiz dos feitos da corôa e fazenda, e membro adjunto do conselho supremo militar.

Foi tão dedicado á causa constitucional e á independência do Brazil, como aquelles que, nascidos no Brazil, mais o foram.

Era fidalgo cavalleiro da casa imperial, do conselho de sua magestade o Imperador, commendador da ordem de Christo e socio do instituto historico e geographico.

Escreveu:

Varios trabalhos sobre jurisprudencia, historia e philologia, que nunca foram publicados — assim como:

Glossario das palavras antiquadas e obsoletas da lingua portugueza, indispensavel para bem se entenderem os classicos e obras antigas — Inedito.

Tenho lembrança de ter visto um trabalho seu, historico, relativamente ao dia em que Pedro Alvares Cabral chegou a Porto-Seguro.

Agostinho Marques Perdigão Malheiros, 2º — Filho do precedente e de dona Urbana Candida dos Reis Perdigão, nasceu na cidade da Campanha, provincia de Minas-Geraes, a 5 de janeiro de 1824, e falleceu no Rio de Janeiro a 3 de junho de 1881.

Bacharel em lettras pelo collegio de Pedro II, fez o curso de sciencias sociaes e juridicas na academia de S. Paulo, onde recebeu o grau de doutor em 1849, e entrou logo por nomeação do governo para o logar de bibliothecario.

Dedicou-se desde 1850 ao exercicio da advocacia, primeiro em S. Paulo, depois na côrte; representou sua provincia na camara temporaria na legislatura de 1869 a 1872; foi curador dos africanos livres, procurador dos feitos da fazenda, advogado do conselho de estado, socio do instituto historico e geographico brazileiro, socio e presidente do instituto da ordem dos advogados brazileiros, e de outras associações de lettras; e era moço fidalgo da casa imperial e commendador da ordem de Christo.

Escreveu:

Indice chronologico dos factos mais notaveis da historia do Brazil desde seu descobrimento em 1500 até 1849, seguido de um succinto esboço do estado do paiz ao findar o anno de 1849. Rio de Janeiro, 1850 — Esta obra, que foi pelo autor offerecida a seu venerando pae, deu-lhe entrada no instituto historico. Sua apresentação ao instituto motivou um parecer, dado sobre ella pelo conselheiro Diogo Soares da Silva de Bivar, um appendice a este parecer pelo doutor Joaquim Caetano da Silva, que vem na Revista trimensal tomo 15º, de pag. 85