Página:Diccionario Bibliographico Brazileiro v1.pdf/437

412
BE

tres annos depois. Em Sabará, fazendo elle que ee representassem as armas do Brazil, então declarado reino, no panno de bocca do theatro S. Pedro de Alcantara com os dous versos de sua composição;

Aos astros levarei d'outro hemisferio
O brilhante pendão do novo imperio,

attrahiu desconfianças quando rompeu a revolução de 1817 em sua provincia, e deram-lhe uma especie de deportação com o logar de corregedor do crime em Lisboa, d'onde passou em 1821 a desembargador da relação de Pernambuco, em cujo exercicio não entrou por causa dos movimentos politicos de 1824, até que foi removido para a da Bahia.

Foi ministro do imperio no gabinete de 20 de março de 1831 que cahiu com os successos que occasionaram a abdicação de dom Pedro I, recusando fazer parte do que foi organizado pela regencia; nomeado presidente do Pará no mesmo anno, fei poucos dias depois da administração deposto por uma sedição militar, e até preso com outros, mas os paraenses deram depois provas de pezar e ao mesmo tempo de sua consideração para com elle, elegendo-o deputado em 1834; representou ainda sua provincia na constituinte brasileira e como supplente em 1846 e 1847; foi votado em primeiro logar n'uma lista triplice para senador pela Bahia em 1827; foi chanceller e regedor das justiças; serviu de 1846 a 1849 o cargo de inspector da caixa de amortização, e por ultimo o de director da faculdade de Olinda, de que foi obrigada a pedir escusa por causa de padecimentos physicos de que veiu a fallecer.

Tão illustrado, quanto era probo, escreveu:

Mappa geographico da comarca de Sabará — Foi confeccionado quando servia de ouvidor nesta comarca, incluido na obra Viagem ao Brazil de Anderson, e elogiado por Spix e Martius.

Memoria sobre as principaes causas, por que deve o Brazil reassumir os seus direitos e reunir as suas provincias, offerecida ao principe real, etc. Rio de Janeiro, 1822, 48 pags. in-4° — Esta memoria foi logo mandada imprimir por dom Pedro e espalhada por todo imperio.

Memoria sobre as principaes causas, por que deve o Rio do Janeiro conservar a união com Pernambuco. Rio de Janeiro, 1823, 123 pags. in-4.°

Resposta á Malagueta n. 12. Rio de .Janeiro, 1822, 4 pags. in-fol. — A Malagueta é um periodico politico que boliu com muita gente, e motivou diversos escriptos, sahindo este periodico de dezembro de 1821 a 1822, e depois de setembro de 1828 a agosto de 1829. Foi seu redactor Luiz Augusto May.

Resumo das instituições politicas do Barão de Bielfild, paraphraseadas e accommodadas á fórma de governo do imperio do Brazil; offerecido á mocidade braziliense por um seu compatriota pernambucano. Rio de Janeiro, 1823, 90 pags. in-4.°

Noticias curiosas e necessarias sobre o Brazil. Rio de Janeiro, 1824.

Projecto de codigo civil e criminal. Rio de Janeiro, 1831 — Foi escripto quando o autor servia o cargo de chanceller e regedor das justiças,