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offerecido ao governo, e por proposta de ministro da justiça mandado á camara dos deputados, que por sua vez o enviou a uma commissão. Apezar do parecer desta, approvando-o, foi guardado nos archivos da camara. Consta o projecto de 546 artigos.

Informação sobre a capitania do Maranhão, dada em 1813 ao chanceller Antonio Rodrigues Vellozo. Vienna d'Austria, 1872, 28 pags, in-8° — Esta obra foi publicada pelo Visconde de Porto-Seguro.

Apontamentos sobre-os cinco réos do Maranhão: 1° Elias Aniceto Martins Vidigal, 2° o padre Leonardo Correia da Silva; 3° Miguel Ignacio dos Santos Freire e Bruce, 4° João Paulo das Chagas, 5° Raymundo João de Moraes Rego — Original de 12 fls. apresentado na exposição da bibliotheca nacional.

Requerimento, pedindo por certidão ao conselho real da fazenda do Rio de Janeiro as decisões sobre varios pontos de contestações que teve com o governo do Maranhão em data de 28 de maio de 1810, as quaes para sua defesa tem de apresentar a outro regio tribunal — Original de 14 fls. da mesma bibliotheca. Ha ainda um trabalho do Visconde de Goyana sobre as

Povoações de Carará e Monção em que foram aldeados os indios que invadiam a capitania do Maranhão, suas vantagens, e o descobrimento do rio Guajaú, as mattas e os terrenos que o rodeiam, apropriados á lavoura — Não sei onde para esta obra, que o autor escreveu em 1812, quando em luta com o governador, sendo talvez até censurada pelo governo portuguez, quando entretanto foi ella elogiada por Henrique Koster em suas viagens.


Bernardo José da Silva Guimarães — Filho de João Joaquim da Silva Guimarães, de quem occupar-me-hei no lagar competente, nasceu em Ouro Preto, capital de Minas Geraes, a 15 de agosto de 1827.

Bacharel em sciencias sociaes e juridicas pela faculdade de S. Paulo e fotmado em 1851, foi em 1855 nomeado professor de rhetorica e philologia do lyceu de Ouro Preto, onde leccionou até 1859; veiu depois para o Rio de Janeiro e tendo aqui residido algum tempo, voltou á sua provincia. De uma intelligencia brilhante, e ao mesmo tempo alegre e expansivo, quando estudante, gostava de preparar ceias com outros collegas, em cujo numero entrava Aureliano J. Lessa, e ahi, após as saudes, cada qual era obrigado a improvisar um discurso bestialogico, genero em que elle primava, intercallando em taes discursos bem jocosas poesias. Um dos mais populares e applaudidos poetas da geração presente, Bernardo Guimarães, desde a academia collaborou em diversas revistas e periodicos, como o Bom-senso, folha politica de sua provincia; os Ensaios litterarios de S. Paulo, onde escreveu varias artigos de critica litteraria; em 1847, e a Actualidade, jornal politico ê litterario do Rio de Janeiro, de 1859 a 1861, do qual foi mais tarde redactor. Um dos seus escriptos deste jornal tem por titulo: — As inspirações do claustro: juizo critico sobre o livro com este