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Foi um orador notavel e de grande erudição, como se deprehende de seus discursos constantes do diario das respectivas camaras, e da galeria das côrtes geraes extraordinarias da nação portugueza de 1822.

Escreveu:

Russel d’Albuquerque: conto moral por um portuguez. Cintra. 1833 — No final deste livro se vê que elle foi publicado em Londres, e não em Cintra, e com effeito o autor o escreveu em Londres, quando ahi se achava durante o periodo de sua emigração que teve logar em 1828 com os membros da junta do governo, de que fizera parte.

Apontamentos geraes para o systema provisional de publica administração logo que seja restaurada a legitima autoridade da rainha fidelissima, a senhora dona Maria II. Lisboa, 1833.

Consta que deixara ineditas outras obras.

D. Alexandrina Francelina de Souza Marinho — E’ natural de Pernambuco, onde vivia em 1859.

O autor das Pernambucanas illustres (vide Henrique Capitulino Pereira de Mello), escrevendo nesta provincia seu interessante livro, diz que foram improficuas suas investigações a respeito de dona Alexandrina. Mais feliz portanto não podia ser eu, escrevendo tão distante.

Fazia ella flores de cera com tão esmerada perfeição, que não se distinguiam, á vistã, das naturaes; e a par dessa prenda cultivou a litteratura poetica.

De suas composições só conheço:

A’ sua magestade a Imperatriz: poesia que offereceu a sua magestade no dia 1 de dezembro de 1859 com um lindo ramo de flores de cera — Vem nas Memorias da viagem de suas magestades imperiaes ao norte do imperio, tomo 2º, e na obra Pernambucanas illustres, pag. 141.

A’ sua magestade o Imperador: poesia na mesma data offerecida com outro ramo de flores, tambem de cera — Vem nas duas obras citadas. São desta composição os seguintes versos:

Meus versos, como os lyrios da campina,
Que nascem sem cultura e sem desvelos,
N’alma os burila a mão do sentimento
Sem arte, sem saber, toscos, singelos.

Despidos de lisonja e falsidade,
Não sabem se adornar de falsas cores,
Exprimem de minh’alma o puro affecto
São simples e modestos como as flores.
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Somos o povo do melhor monarcha,
Somos o povo mais feliz do mundo;
Temos a gloria de ser livre, amando
Nosso rei, nosso irmão, Pedro Segundo!