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DICCIONARIO BIBLIOGRAPHICO BRAZILEIRO




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Francisco João de Azevedo -Natural da provincia, hoje Estado da Parahyba, falleceu na cidade do Recife a 26 de j unho de 1880, presbytero secular, professor de arithmetica e geometria no arsenal de guerra e professor livre destas materias. Dotado de talento inventivo, de uma habilidade rara, apresentou na exposição nacional de 1861 uma machina typogl'aphica de sua invenção. Mais tarde, quando a questão religiosa, de que me tenho occupado nos volumes anteriores, estava em seu periodo incandescente, foi eUe colhido em suas malhas, foi denunciado como sectario do maçonismo. D. Vital, a quem a coherencia nunca desmentida faz acreditar-se na sinceridade do 1101'1'01' que demonstrava pela maçonaria, fel-o intimar a comparecer perante sua pessoa e, mostrando-se bem instruido de sua vida e costumes, disse-lhe que sabia ser elle o sustentaculo de suas velhas irmãs; o devotado professor, que não recusava o ensino só porque o expliC<'tndo se confessava sem meios para satisfazer os honore.rios de praxe no curso particular que mantinha; o genial inventor de uma machina tachygraphicu; o homem probo, sem pecha, siquer, do que os tolerantes julgam venial, attenta a fragilidade inherente á natureza humana, mas que de uma culpa horrivel sabia estar polluido, o maçonismo, e pediu-lhe que o abandonasse por meio de uma franca abjuração. O padre Azevedo, acreditando que d. Vital não conhecia os principioi! maçonicos, sua tolerancia, seu espirito religioso, o dever, que impunha aos adeptos, de amar a Deus e á humanidade, tratou de demonstraI-o. O prelado, porém, o interrompeu, declarando que sabia quanto diziam os pedreiros livres, mas qúe ainda mais conhecia a verdade que expoz,