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ria de Fazenda do Ceará, por Dec. de 24 de Maio de 1854; Inspector da Thesouraria de Pernambuco, por Dec. de 7 de Junho de 1856, e nesse posto aposentado pela Regente, Prin- ceza D. Isabel, sendo-lhe concedido nessa occasião o titulo de Conselho. Em consequência dos Decretos de 26 de Agosto e 22 de Dezembro de 1843, fez parte da commissão encarregada de inspeccionar e fiscalisar as Alfandegas e Recebedorias do Maranhão e Pará. Falleceu na noite de 3 de Fevereiro de 1901 em sua residencia á Praça José de Alencar, Fortaleza, contando quasi 92 annos de edade. A Republica, de 4 de Fevereiro, teceu-lhe um bello e justo necrologio, do qual destaco estas linhas, como um preito á memória de tão illustre varão: « Baptista de Castro, filho de um empregado do fisco não menos notável, começou em 1830 a sua carreira, e trans- poz toda a distancia sem uma advertência de quem quer que fosse, tão impolluto, que serviu sempre de modelo. Ao attingir á invalidez, foi agraciado com o titulo de Conselho, mercê extranha a toda acção dos partidos, arrancada ao po¬ der publico, como confissão de que bem o merecia. Uma gloria presidio a sua vida, e foi que subiu, na sua carreira, até ás eminencias dos cargos públicos, só porque precisavão delle. Baptista de Castro mais impunha, do que solicitava. « Baptista de Castro não foi uma existencia que bri¬ lhasse, porque foi mais que isto,—uma modéstia, que exem- plicou, uma conduda que estimulou, um nome que se ins¬ creveu na sua raça como um rubi se engasta em corôa, que alveja. Os cearenses inscrevão mais este nome no livro de ouro da sua nobresa; nobresa pelos sentimentos, que vem a ser a que faz honra ás familias, e lhes aproveita no attricto da vida». Baptista de Castro era irmão de Antonio Xavier Maria de Castro, que foi Vigário de Acaracú e morreu em muita pobreza no Baixo Mearim do Maranhão. 413 Digitized by Google Original from UNIVERSITY OF CALIFÓRNIA